Se há coisa que me afeta é perder aqueles por quem tenho uma grande afinidade. Há mais de seis anos que convivo com pessoas excelentes. Que são leais, que dão o melhor de si para os outros e que são excecionais. Estava habituada a dizer-lhes um "Até amanhã" mas inexoravelmente aproxima-se um "Adeus". Eu sei que uma amizade quando é verdadeira não morre, mas dói a saudade que já aperta, que parece engolir-nos aos poucos. Os horários irão modificar, seguiremos a nossa vida, arranjaremos companheiros, novos amigos, uma nova vida e tudo se rompe como se nada tivesse existido. Este é o lado negro da amizade: o esquecimento. Eu tenho medo de cair no esquecimento apesar de me ter esforçado por ser a melhor amiga possível. Depois de mil e uma aventuras, de segredos, de histórias nossas desabafadas tudo eclipsar-se de uma forma abrupta e irreversível. Isto faz-me ficar triste porque agora apercebo-me do quão ridícula fui há uns anos atrás por pensar que nada me abalava. Afinal sou fraca, como todos os outros que lamentam que nos separemos. Tenho plena consciência que é a lei da vida e que nada podemos fazer, mas era tão bom que aqueles que realmente são amigos pudessem ficar juntos.
Tal como dizia Rubem Alves "Saudade é a nossa alma a dizer para onde ela quer voltar."
Hayley Logan, a Renegada das Terças