A mala está feita e repleta de tudo aquilo de que necessito. Interrogo-me... Estarei a esquecer alguma coisa ou é apenas esta sensação maldita a atraiçoar-me como sempre? Revejo com cautela tudo o que agrupei anteriormente. Tenho o que necessito. Fecho a mala. Olho à volta e respiro fundo, estou pronta.
Mala às costas. O peso não se faz sentir. Estou com as energias em alta, capaz de enfrentar qualquer caminhada. Abro a porta de casa e saio. A brisa que corre cumprimenta-me e prossegue. Abro um sorriso e presto-me a contemplar a rua, a movimentação, a exaltação, o barulho, as pessoas, os gritos vindos do nada e as buzinas incessantes. Um passo em frente e outro. A liberdade espera-me.
Na mochila carrego o essencial, para trás deixo o que falta não poderá fazer, e se fizer, deixará de ter importância. Trago a disponibilidade, a essência, o espírito aventureiro, a leveza, a verdade, a pureza, a loucura, o silêncio, a calma, o amor. No caminho desapeguei-me do medo, da mentira, da desilusão, da tristeza, dos problemas, do stress, do orgulho, do ruído, da falsidade. Tudo aquilo de que não necessito.
A aventura é nova. As emoções são diferentes, estou pronta. A Natureza abraça-me. Separei-me do lixo da Sociedade. Serei só eu e o ar puro, e a vida!
Sinto-me bem. A mala não pesa. Sinto-me leve, desperta, viva.
Monto a tenda, descalço-me, refresco-me. As árvores cercam-me, parecem abraçar-me no seu manto verde e puro. Os pássaros rodeiam-me, cantando aos meus ouvidos as mais belas sinfonias. A água corre pelas rochas, despertando a minha atenção. Deito-me sobre a terra, sentindo o seu pulsar forte e saudoso. Sinto-me bem.
Dispo a pressa, envergo a calma. Estou viva. Porquê desperdiçá-lo?
Adeus problemas. Adeus ruído. Adeus orgulho. Adeus falsidade.
Estou em paz.
Hey, Mama Earth? Thanks.
Bree Emma Sommers
Peço desculpa pela ausência *