Like The Renegades!

janeiro 31, 2012

Meio Termo

Uma das coisas que mais me irritam é deturparem aquilo que eu digo. Eu não me importo de repetir, de salientar e de dizer as coisas vezes sem conta desde que não distorçam a mensagem que transmito. Vulgarmente, me tenho deparado com esta situação: digo algo que até pode ser controverso e as pessoas afirmam que eu disse de uma determinada forma que em nada se assemelha àquilo que eu digo! Um exemplo prático é cá o pessoal da minha casa... A minha mãe e a minha tia são completamente devotas pela família, nada contra mas tudo tem um meio termo e, segundo o que tenho aprendido nas aulas de Psicologia, elas têm fixações em alguns estádios e eu, por alguma razão, disse que os humanos foram concebidos para se desenvencilharem sozinhos, quase sem intervenções mas elas não fazem isso! Dependem uma da outra para tudo, como se não tivessem opinião própria! Pronto, isto irrita-me solenemente porque cada um tem  a sua opinião e não se deve influenciar. 
Quando dei conta, isto depois de ter dito aquilo, já estavam a falar de mim e dos meus princípios que eu nunca iria ter orgulho na família e que era uma insensível! 
Primeira hipótese: desmentir tudo. Segunda hipótese: argumentar novamente. Hipótese escolhida: segunda.
Tudo bem, posso não ser das pessoas mais indicadas para falar do assunto relativo à família mas tem lógica! Quando os primatas "colonizaram" a superfície da Terra, eles não tinham como aprender as coisas porque não havia conhecimento e tiveram de se desenvencilhar sozinhos! Não digo que na atualidade tenha de ser assim mas, tal como referi, tem de existir um meio termo para tudo. Tem de existir um equilíbrio para que tudo funcione e eu fiquei pasma quando, depois de barafustarem comigo como se eu estivesse irrevogavelmente senil, alegaram que mais nada fariam por mim e que eu que me desenrascasse. 
Tudo bem, é justo mas eu nunca referi os extremos como se fosse algo viável. Todos nós precisamos do processo de socialização e de alguém a amparar as nossas quedas e a corrigir-nos mas não de uma forma constante! Depois queixam-se que alguns filhos de outras mães são extremamente dependentes dos pais! Claro! Adoptaram os mesmos princípios que elas, criticam mas cometeram o mesmo erro embora não fluísse efeito. Eu já tive uma personalidade fraca em que me deixava influenciar por terceiros mas agora sou independente e não quero que metam pessoas "ao barulho" quando eu tenho de resolver os meus próprios problemas, contrariamente a elas. Não é uma questão de insensibilidade: é uma questão de "independência" que devem respeitar porque por muito que me recuse a agir segundo aos princípios que me são impostos e aos ensinamentos que me instruíram, eu respeito. Mostro o meu espírito de contradição, a minha opinião, tento corrigir os aspetos negativos mas não desrespeito nem entro numa discussão que em nada tem que ver com o que eu disse! Eu só tenho pena das pessoas agirem muitas vezes com o coração quando devem agir com o cérebro e com o cérebro quando devem agir com a emoção... em vez de tentarem arranjar uma forma alternativa de pensarem claramente envolvendo ambas as partes e devido a esta separação é que as pessoas agem erradamente, pensando que estão a ser heroínas quando na verdade estão a ser ridículas e ainda tentam incutir isso a outras pessoas.

Hayley Logan, a Renegada das Terças

janeiro 26, 2012

O último dia.



O seu rosto embateu no vidro gélido provocando nela uma sensação de alívio momentâneo, enquanto a chuva embatia na janela tão agressivamente quanto aquele cinto a chicoteava. O seu cabelo foi puxado por mãos fortes e a sua cabeça levou um tombo enquanto a sua mente ziguezagueava e os seus pensamentos descoordenados se  misturavam. Era um pesadelo. Mais que isso. Era um pesadelo rotineiro. Todos os dias a mais breve palavra culminava naquele cenário. Os seus olhos turvos e as feridas mal cicatrizadas caracterizavam o seu rosto numa expressão que tanto tinha de assustadora como de penosa. 
Continuava a ser arremessada contra a parede com uma brutalidade perversa, enquanto as suas lágrimas se misturavam com o sangue, pisando as feridas dolorosas. 
Aquele Monstro. Era assim que a sua mãe o deveria ter batizado, em vez de um nome qualquer sem significado. Ele era um monstro. Os seus olhos dardejantes eram como poços de malícia sem fim, a sua sede de vingança era abominável.  
Ela moveu a cara tentando encará-lo, irrompendo aos gritos a meio da ação, após mais uma chicotada desferida no seu corpo semi despido. O seu grito não era o de outrora, era mais fundo, desgastado e conformado. Um grito que já mal se esforçava por sair, que já mal se esforçava por se fazer ouvir. 
Ela soluçava enquanto o seu sofrimento parecia não avistar o fim. As suas costas, calejadas pelas infindáveis vezes em que haviam sentido os pontapés certeiros daquele devasso, latejavam em tom escarlate assistindo mais uma vez a um dia sem descanso. Ela aninhou-se no chão continuando a suportar a dor como uma guerreira que era. Tinha guardado os seus sonhos numa caixa pequenina e corrido atrás de quem não valia a pena. Desde então a sua casa não era mais o seu lar, antes um antro de maldade, desilusão, terror e submissão.  
Brutalmente, ela sentiu o seu corpo a ser virado por mãos pesadas que lhe calcavam ainda mais as nódoas negras que a marcavam. Ergueu a cabeça e mais uma vez encarou aquele rosto desprezível. Só conseguia sentir mágoa. Nada de raiva ou ódio. Só mágoa. Se calhar por estar cegamente apaixonada por ele, ou por a desilusão lhe toldar a visão mais que qualquer outra emoção. Ela não sabia, mas o seu coração só refletia mágoa e tristeza, desilusão. Fitou os seus olhos pútridos de indiferença e mais uma vez foi esbofetada por uma mão encardida de  desprezo. As lágrimas continuaram a rolar pela sua face e o riso daquele dissoluto ecoou pelas paredes daquele espaço, uma risada arrogante e sarcástica que a atingiu no mais fundo da sua alma. Aquilo dava-lhe prazer, ela sabia-o, podia senti-lo. 
Ele virou costas e saiu do compartimento, imponente e hirto. Ela recolheu-se nas sombras e deixou as lágrimas copiosas escorregarem semblante abaixo, enquanto ela reprimia os soluços que se esforçavam por lhe escapar. Chegara ao fim. Não o pesadelo, mas aquele dia. Aquele dia tinha terminado, mas tudo não passaria de uma ilusão que se repetiria no dia seguinte e ainda depois disso. O seu corpo dorido gritava por ajuda, uma ajuda que nunca chegaria. 
E enquanto o seu coração abrandava e a sua vista se enevoava , as suas forças dissolviam-se no ar à sua volta e uma última vez a sua cabeça tombou de encontro ao chão. Os seus olhos cerraram e as nódoas negras e feridas deixaram de doer, enquanto a sua vida lhe era roubada. Escuridão. Nada mais. 

Bree Emma Sommers* ,
Renegada às quintas#

janeiro 24, 2012

Confiança, Cumplicidade e espírito de equipa

Uma coisa que lamento mesmo é ver pessoas queziladas umas com as outras. Eu não gosto muito de discussões sem sentido. Não sou apologista da violência na resolução de problemas mas, atualmente, tenho vindo a assistir a um conjunto de fatores que fazem com que as palavras e a comunicação não tenham qualquer valor. Custa-me ainda mais ver pessoas, outrora amigas, chateadas. Acho que a amizade assenta na confiança, cumplicidade e espírito de equipa. Se a amizade é isto, por que razão eu vejo amigos zangados com outros? Não, é que não entendo qual a piada de ver alguém falar mal doutro pelas costas! Por que não falam às pessoas em questão e expõem os seus pontos de vista ao invés de lhe "roerem na casaca"? Eu sei que é necessário ter coragem para o fazer e por que não ganhá-la? É preferível perder amigos a dizer-lhes o que pensámos? Não, eu não acho que deva assim ser. Se nos comprometemos a ser amigos de alguém não é porque nos apetece! É porque há algo que nos liga, pontos em comum, gostos semelhantes e uma série de outros fatores e todos se devem respeitar. Isto é o que eu penso sobre a amizade. Vocês não precisam de amigos? Ora, lamento informar mas devem ter uma vida um pouco sorumbática porque eu acho que todos precisamos! Acho que se não tivesse amigos eu seria uma pessoa extremamente infeliz, uma vez que guardaria imensa coisa para mim! Então, se querem ter amigos e preservar os vossos atuais, aconselho a serem verdadeiros e frontais porque, tal como eu, vocês devem adorar os vossos amigos e, com certeza, não irão querer perdê-los.
A renegada das Terças em modo: estudo.
Hayley Logan

janeiro 23, 2012

Afastamento

Em nome dos Renegados, venho aqui informar-vos da saída de Christian V. Louis. O Renegado que mais gerou polêmica neste espaço. Apreciava particularmente os seus textos, não desfavorecendo as minhas colegas Renegadas. Fiquei realmente triste e sinto que posso falar por todas nós. Chris, irás fazer falta a este espaço. Pela tua irreverência, pelo teu jeito de expôr a verdade nua e crua, sem papas na língua! Sentiremos a tua falta! Apesar de estarmos tristes com a tua saída, compreendemos a tua decisão e acima de tudo, respeitamo-la! Espero que continues a visitar este espaço e a comentar com esse teu jeito de 'protesto'.
Aos seguidores, apenas temos mais uma palavra ... O dia do Chris, por enquanto estará vazio! Ninguém o irá substituir porque temos que fazer bem o luto - Ahahah! - agora, fora de brincadeiras, entre nós as Renegadas iremos decidir o que fazer com a Segunda-feira e provavelmente, será dedicada a algo que as quatro possamos contribuir em conjunto!
Aceitamos ideias e sugestões, queridos seguidores ;)
Uma última palavra para ti, Chris ... As Segundas, aquando ocupadas com um post será sempre a pensar em ti!

escrito por Cassandra
aprovado por Hayley S. Nya, Ruth Pacheco and Bree Emma Sommers

janeiro 21, 2012

Dito por não dito

Sou cabeça no ar: Check! Por vezes, sou bastante esquecida: check!
Ora, todos estes defeitos ou até em diversas situações, qualidades ... as usei como desculpa para dar o dito por não dito. É bastante aliciante quando vemos que agimos de maneira errada recorrer a esta técnica e assim, acabamos por sair vitoriosos na discussão mas com batota! Já referi que sou bastante apologista ao ditado - Não faças aos outros o que não gostas que façam a ti - então, dou sempre o beneficio da dúvida a mim mesma porque tendo aquelas características, devo duvidar de mim ... 'Talvez, tenhas dito assim'! Acho que é de bom carácter dar-nos o beneficio da dúvida perante alguém que possuímos respeito como os nossos pais! Há pessoas que merecem duvidar-mos de nós mesmos e há outras que, nem por isso! É necessário saber calar com os nossos pais e é algo que, me custou a aprender! E não só a aprender ... também a pôr em prática! Amainou a nossa relação e com o aprender a calar veio também o aprender a duvidar de nós mesmos. É necessário estabelecer limites! E isto, nunca, em medida alguma é colocarmo-nos de joelhos perante alguém e muito menos é deixar de ser nós mesmos! A melhor parte é ver o nosso esforço ser compensado na medida em que começam a facilitar connosco. E aqui veio parar um desabafo parvo na medida em que isto é um blogue colectivo mas pensei « porque não, transmitir a experiência que tenho em relações humanas? ». Espero que seja um texto bem recebido e que vos ajude em alguma situação que encarem!
das sextas, atrasada, Cassandra!

janeiro 19, 2012

Dear diary, I survived another day



19-01-2012
Querido Diário, 
O dia passou, mas nem este conseguiu ser melhor que os que lhe antecederam. As minhas lágrimas voltaram a tombar dos meus olhos turvos, enquanto os meus joelhos perdiam firmeza, aterrando no chão frio e egoísta. Consegui aguentar até atravessar a porta de casa. Não foi fácil. Esta travessia que levo a cabo diariamente começa a torturar-me e obriga-me a reviver o que não desejo. As mesmas recordações, os mesmos locais. É doloroso. Caminhei até ao mesmo local de sempre, sentei-me no mesmo sitio, e como sempre, abri o caderno e procurei esboçar os meus sentimentos nele. Foi árduo, infrutífero e desnecessário. Desnecessário, como tudo o que teimo em fazer desde o que aconteceu. As lágrimas picaram-me os olhos mas desta vez não escorreram pelo meu semblante. Guardei-as para mim e abri um sorriso leve. Chorava por dentro, mas não aguentava mais a necessidade absurda que as pessoas tinham de me abordar infelizmente, inquirindo o porquê da minha tristeza.  Observei o pátio, os rostos que se espalhavam por todo o lado eram desconhecidos, despreocupados e incomodativos. Caminhavam de expressões ausentes assentes nas faces, rindo e sorrindo enquanto o meu coração berrava por uma ajuda que não vinha. Que nunca chegaria. Levei o lápis às folhas emaculadamente brancas na esperança que uma súbita onda de inspiração me assolasse e me ajudasse a descobrir o que eu própria sentia. Não resultou. Nunca resulta. Talvez por eu andar perdida. Talvez por não saber ao certo o que me mantém aqui depois do que o passado me trouxe, roubando o meu presente e prendendo-me no pretérito. Hoje não quis assistir ao desfecho de mais um dia. Não ia ficar ali à espera de algo que nunca chegaria. Não ia perder mais um dia em frente a um caderno molhado de lágrimas amarguradas. Fechei o caderno e ergui-me daquele banco velho. Abandonei o pátio e fugi para o parque. Sim, o parque de outrora. Estava igual. As mesmas flores mantinham o seu odor agradável, a mesma frescura que as árvores emanavam, o mesmo chilrear incessante dos pequenos pássaros. Nada havia mudado como eu esperara. Deixei a melancolia assolar-me e resguardei-me debaixo de uma árvore observando o que me circundava. Quantas vezes havia eu estado ali. Correndo naquele local, pisando as poças de água que se agrupavam, trepando até aos ramos mais baixos dos pinheiros mais próximos, rebolando na relva com um sorriso no meu rosto de criança! Um passado que me fora roubado. Algo que me fora retirado sem razão ou explicação. Aquele dia! Aquele maldito dia havia tirado de mim toda a minha inocência. O maldito dia em que aquele devasso me tocou pela primeira vez. O maldito dia em que a sua força se tinha sobreposto à minha quebrando toda a minha vulnerabilidade! O dia em que aquelas mãos sujas, em que aquela boca arrogante, em que aqueles olhos apedrejados de malicia, o dia em que aquele devasso tinha abusado de mim!  
Desde então, sentia esta raiva angustiante, este pudor desmedido e este medo assolador. Desde então as minhas noites não têm descanso e o meu dia não tem qualquer luz. Aquele caderno, o caderno que outrora me havia levado a criar histórias brilhantes, de nada mais me servia agora. Só havia escuridão em mim. 

Querido Diário, as minhas lágrimas escorrem neste momento e os meus joelhos estão fracos, assim como a minha alma. Só quero a minha inocência de volta. Amanhã é um novo dia. Não quero que ele chegue. Só quero que tudo isto acabe. Que eu acabe. 



*História totalmente fictícia e que em nada corresponde à realidade da minha pessoa.
Renegada às Quintas! 
Emma Sommers :) 

janeiro 18, 2012

Relações amorosas.


Eu não sou pessoa de me agarrar a ninguém. Não amo as pessoas verdadeiramente, a não ser que elas me provem que merecem ser amadas. Sim, o meu amor é limitado, mas não quando calha a certas pessoas que amo realmente e dito isto, falo maioritariamente dos meus pais. Mas de resto... As pessoas são trapaceiras, mentirosas. Nunca sabemos se estão a dizer a verdade ou não, pois nunca conhecemos ninguém a 100%. E eu falo disto, porque odeio as pessoas que mudam quando estão numa relação. Quando querem ser tudo e mais alguma coisa, para os seus "mais-que-tudo". Irrita-me seriamente o facto de não pensarem que podem estar a magoar os mais próximos com as suas atitudes, com a mania de querer ser perfeita para o/a parceiro/a. Eu acho que... se alguém nos ama, tem que nos amar no melhor e no pior. Tudo bem, eu sei que as pessoas numa primeira vez nunca vão pela personalidade, mas sim pelo exterior, somos todos assim. Pois não conhecemos a personalidades das pessoas, nem entendemos as suas mentes só a olhar para elas. Requer tempo e como já referi, nunca conhecemos as pessoas inteiramente. Eu tenho amigos que têm relações amorosas, mas que continuam a ser fantásticos, divertidos, saem com os amigos, divertem-se e não se resumem um ao outro. Torna-se chato, cansativo e as pessoas acabam por se fartar... o que leva à traição, maioritariamente. E algumas pessoas, perdoam... Outras deixam. Outras perdoam por pena, mas não esquecem... e outras, como eu por exemplo, esquecem simplesmente que aquilo alguma vez aconteceu. Eu não sou de guardar rancor a ninguém, mas não quero más memórias na minha mente que me façam recear o futuro de uma possível relação com um futuro alguém. Por isso, estou solteira há alguns anos e sou muito feliz assim. Não tenho de dar satisfações, sentir que tenho de ser perfeita para a pessoa, agradá-la... e posso viver a minha vida a apaixonar-me por muitos actores lindos. (vá, tinha que ter um bocadinho de ironia.) Se vocês estão numa relação, não me levem a mal, mas acho que simplesmente, as pessoas ficam... totós. Tapadinhas. E não me venham dizer que é o amor que farta dessa constatação óbvia, estou eu...
Um beijinho grande   da vossa Renegada das Quartas-Feiras.
RuthPacheco*  

janeiro 17, 2012

The Dark Side

Diversos momentos arrancaram o seu coração. Naquele momento, provavelmente, já não tinha um e se, efetivamente possuía, tinha sido substituído por um de pedra.
As pessoas não se limitavam a entendê-lo. Apontavam-lhe o dedo, zombavam das suas ações. Recriminavam-no por deixar as pessoas que permaneceram na sua primeira infância ao seu lado. Julgavam-no por fazer as coisas bem. Julgavam-no por fazer as coisas mal. Julgavam-no por não ter cão e por tê-lo. Tudo servia para acalentar o seu espírito derrotista e contribuir para a sua própria destruição. 
Para os que o rodeavam, o que importava era aquilo que ele fazia. Não importava sequer o que os outros lhe tinham feito mas, tal como lhe fora ensinado, ele deveria ser veemente e complacente com aqueles que lhe infligiam dor e ira. Devia manter-se impávido, ignorar e esquecer mas ele não podia simplesmente acionar um botão que lhe pudesse apagar todas as memórias ruins. Quantas vezes se questionou por que razão o ser humano não era dotado dessa capacidade mas de nada lhe serviu... Nada concluiu e a dor permaneceu lá. No seu âmago, corroendo-o como se fosse um ácído forte. 
Continuou a caminhar pela rua, cogitando sobre o facto de todos o desprezarem como se ele fosse alguém que não deveria ter nascido. Um autêntico renegado. 
Distraiu-se e colidiu contra uma idosa que, com o impacto, acabou por cair. Ele estendeu-lhe a mão e a mulher, insolente, recusou a ajuda e lançou impropérios, acusando-o de ser imprudente e mal educado mesmo quando lhe prestou auxílio. Exasperado, contornou todos os transeuntes que o olhavam com estupefação e continuou a caminhar.
Ninguém via nele qualidades. Tudo o que fazia era errado. Tudo o que tentava fazer de bem era encarado como uma atrocidade mesmo quando as suas intenções eram as melhores e não tinham em vista alterar as opiniões que sobre ele teciam. 
Viu o autocarro aproximar-se. Correu até ele e as portas abriram-se de imediato. 
- Qual o destino? - indagou o motorista.
- Para um sítio onde me mereçam.
- Segundo lugar à esquerda. - recomendou. 
Ele sorriu e dirigiu-se para o local que lhe fora indicado. Rodou o seu olhar e viu que todos os lugares estavam repletos. Tal como eles, tinha sido um renegado e não se arrependera nem tentara encaixar-se em parte alguma. Talvez as pessoas não o merecessem... e, de facto, não o mereciam.

A renegada das Terças a tentar persuadir-vos a nunca se moldarem àquilo que os outros esperam de vocês. :)

janeiro 13, 2012

Let's talk about The Lie

Sempre tive um problema com a verdade/mentira. Supostamente, mentir é modificar o que realmente aconteceu/falou-se. Existe um meio-termo entre as duas: omitir. Quando estava na aquela idade complicada em que achava que o mundo era meu e eu, é que mandava ... eu mentia, muito. Muito mesmo! E era por tudo e por nada. Mentia sobre para quê queria o dinheiro, mentia sobre onde estive ou estava, mentia simplesmente. E depois, aconteceu algo extraordinário ... eu cresci (ainda bem!). Mas nunca esqueci o quanto magoei as pessoas ao meu redor por causa das minhas mentiras e quando eu cresci e deparei-me no quanto mentirosa era ... eu simplesmente fiquei estupefacta comigo mesma. Pensei, Que idiota que és! Cresce! Não precisas de mentir sobre ti mesma! E nessa altura, era realmente influenciável e simplesmente, pratiquei a pior coisa que se pode fazer a nós mesmos, mentir! (É também outra forma de mentir!). Na verdade, é disso de que realmente me arrependo, de ter uma personalidade tão fraca e baixa auto-estima que achava que copiar os outros seria fixe e encaixaria mas, no fim ... acabei por fazer figura de ursa e quem supostamente idolatrava/imitei riam-se de mim, ás gargalhadas, confiantes em si mesmas! Eu fui objecto de riso e gozo por causa das mentiras que contei a mim mesma, Oh realmente é fixe usar este tipo de calças e o gorro de lado que não gosto mas vou usar ...melhor ainda é aquela camisola que não gosto assim muito mas como elas gostam, vou usar na mesma! E assim fui. E quando se começa a mentir a nós mesmas é tão fácil fazê-lo às pessoas que amamos! Tão fácil que nem reparava que mentia porque para mim, estava assumido que aquilo é que era a verdade absoluta! Estava tão absolutamente enganada! Hoje, mentir só em ultimo caso porque vejamos à mentiras boas ... E aí não gosto de chamar-lhes mentiras porque na verdade são omissões! Se não te perguntam, não dizes! Não estás propriamente a mentir. Quando a verdade se torna demasiado dolorosa, o que  normalmente as pessoas fazem? Suavizam a verdade (omitem) ou mentem ... e depois continuam a mentir, e fica um rolo enorme de mentiras porque quando se diz a primeira ... a segunda, a terceira, a quarta e por aí adiante, começam a jorrar que nem uma fonte de nascente! Na verdade, sou muito do proverbio 'Se não gostas que faças a ti, não faças aos outros' mas há sempre excepções! Então, pensem nos segredos ... são mentiras disfarçadas ... podem ser boas ou más! Podem fazer-nos chorar de tanto rir ou simplesmente, chorar! Há pessoas que pensam que a mentira anda sozinha .. quando mentes, apenas mentes mas não, querido(a) amigo(a): quando mentes, abanas a estrutura principal de uma relação de amizade, amor ou apenas da coexistência entre seres humanos, a confiança! E mesmo que o grau de confiança seja de, numa escala de 1 a 10, seja 1 ... ao mentires e fores descoberto(a), acabou-se a confiança, por mínima que fosse! Então, o objectivo é: evitem mentir! A verdade é sempre bonita (depende das situações) e por vezes, a mentira é ainda mais bonita e quando assim for, mintam mas tenham cuidado com o vosso gráfico da boniteza(?) da verdade/mentira. Pesem os prós e contras de mentir e quando fizerem isto, é porque acham que pode valer a pena mentir ... mas quando a verdade jorra e acham que Ele(a) aguenta ... Então, digam a verdade! Sempre! Acho que fui um pouco contraditória mas as relações humanas são assim mesmo. Há mentiras que valem a pena serem pronunciadas porque bem, vamos proteger quem amamos! E, a mentira é bastante temporária! Quando mentirem e se for uma mentira boa, comecem a preparar a pessoa para a verdade porque mais cedo ou mais tarde, ela irá descobrir que mentiram e ficará magoada por não termos 'confiado' nela! É contraditório mas se valer a pena, mintam. Se podem dizer a verdade, digam-na! Sem rodeios, directos ao assunto. Pensem nisto e digam-me de vossa justiça, há realmente mentiras que devem ser ditas?

So, it's friday, enjoy the Weekend,
Cassandra

janeiro 12, 2012

fim.

  
  Ela percorria aquele caminho pela enésima vez, calcando sempre as mesmas pedras da rua e evitando os charcos que se formavam em todo o lado. Olhava para trás, receosa e com a tensão a inunda-la, temendo os vultos que lhe preenchiam a retaguarda. Continuou a avançar sob a chuva que começara a cair copiosamente e deixando que as suas lágrimas se envolvessem nas gotas de chuva que lhe percorriam também o rosto. Baixou a cabeça e enveredou por uma passagem sua conhecida em busca de algum refúgio e esforçando-se por fundir a sua forma nas sombras, tentando despistar as risotas e comentários desagradáveis que ouvia há já bastante tempo. 
  A sua respiração ofegante e pausada teimava em dificultar-lhe o percurso, persuadindo-a a parar e recobrar algum fôlego. Teimando e relembrando-se que não podia ficar ali, à espera que aqueles seres retrógrados a alcançassem, enfiou o carapuço da sua camisola e apressou o passo. Ouvia os passos relaxados e os risos de chacota incessantes a aproximarem-se e levando a mão à cara , numa tentativa frustrada de limpar o semblante das lágrimas, começou a correr, esforçando-se por controlar a respiração. A tarde já ia longe e com ela a luz do sol tinha desaparecido, descendo apressadamente por detrás das montanhas que se podiam avistar para lá do ruído constante e dos prédios imponentes que ocupavam aquela cidade. A noite chegara mais depressa que o que ela pervera e a escuridão tornara-se um obstáculo.  Não obstante, talvez também aquelas sanguessugas que a perseguiam se recolhessem nos seus becos, aguardando o novo dia que não tardaria a chegar, como uma nova sentença.
  A cena repetira-se pela centésima vez naquele dia. Fazia tempo que ela não se recordava do que era ter paz na sua vida, sem ter aqueles abutres sempre a apontarem-lhe o dedo. Os atos eram sempre os mesmos, ainda que mais robustos e elaborados que no começo daquele pesadelo. Os expectadores eram sempre os mesmos, que se recolhiam nas sombras recônditas e enxergavam toda a cena com um olhar de pura pena.  Ela não precisava de pena, nem tão pouco de alguém que a salvasse. Na verdade, já estava habituada ao ritual na qual era protagonista todas as manhãs e tardes, nas horas antes de o dia findar.  As lágrimas já não teimavam em despontar e os gritos há muito que haviam cessado, deixando de ecoar pelas paredes frias e egoístas daquele espaço.
  Recolhia-se sobre o seu corpo esguio e fraco e permanecia assim até ao fim daquele pesadelo, ainda que parecesse que aqueles canalhas não se desgastavam minimamente nas repetidas investidas que faziam sobre ela. As suas roupas rasgadas, manchadas de sangue, e todas as nódoas negras que lhe caracterizavam os braços, pernas e até cara, testemunhavam a raiva e satisfação no rosto dos agressores. Todos os dias era o mesmo. Não, ela não desejava a salvação. Ela sabia que estava mal, desenquadrada, ela sabia que não era boa suficiente, não era bonita suficiente, não era inteligente o suficiente. Sabia que aquele não era o seu mundo, não era o mundo onde alguém pudesse ser diferente. Onde alguém pudesse ter as suas características sem ser alvo de criticas. Aprendera-o com muito custo, até demais para o que a sua personalidade frágil poderia aguentar. 
  No entanto, ela era uma resistente. Erguendo a cabeça todas as manhãs da almofada rasgada e molhada das lágrimas que escorriam toda a noite. Enfrentando o mesmo a cada novo dia, aguardando pela hora em que se ergueria do chão gasto e repostaria pontapé por pontapé, palavra por palavra, tudo o que tinha sofrido nos últimos meses. Na verdade, ela apenas desejava que os outros sentissem o que era ser diferente dos demais, sofrer nas mãos de seres desprezíveis. 
  Desta vez não prendera as lágrimas que agora lhe escorriam pelo semblante, enquanto ela caminhava sob a chuva, atentando a qualquer esconderijo onde se pudesse resguardar e despistar os seus perseguidores. Os risos de chacota ressoavam pela avenida, provocando-lhe um temor a cada segundo. 
  Avistou uma casa abandonada ao fundo daquele caminho, embrenhada nas sombras frias, entre duas moradias. Encaminhou-se até lá a passadas largas e galgando o chão ferozmente, rapidamente estava à entrada da casa sombria. 
  Os vidros partidos espalhavam-se por cima das ervas secas e rasteiras daquilo que outrora, por certo, havia sido um belo jardim. Aninhou-se e apanhou um vidro, fazendo a sua mão enrolar-se em sua volta. Pelo canto do olho observou os movimentos da retaguarda e viu o vulto da cambada de rapazes que  perseguiam, a tornarem-se distintos nas proximidades. Levantou-se do chão e encarou-os com uma expressão de ódio. 
  -Acham que é fácil? - Bradou, erguendo a mão que portava o vidro. - Ser alvo de chacota todo o dia, sem que ninguém conheça a minha história? -Sorriu ironicamente - Acham que é fácil perder ambos os pais num incêndio, sobrevivendo com todas estas marcas que tornam o meu rosto tão indecifrável?  Perder todo o cabelo por um cancro que apareceu do nada, e ficar neste estado miserável por causa de medicamentos que em nada melhoram o meu dia?  Acusaram-me, gozaram comigo. O que vos deu esse direito? Vocês não sabem a minha história!
  Com passos curtos avançou em direção a eles. Os risos haviam cessado e a consternação estava patente nas expressões que assumiam. 
  -Vocês levaram-me a isto e espero que tenham esse peso na consciência para toda a eternidade! -Afirmou e engolindo em seco, desferiu um golpe  na garganta, cortando-a com o vidro. O seu corpo caiu por terra formando uma poça de sangue. Sangue vermelho, como o de toda a gente. 

Emma Sommers,*
Renegada à quinta !

janeiro 11, 2012

Mentes retrógradas.


Se há coisa que me enerva, são as pessoas que se acham "normais" digamos assim e que criticam os outros pela maneira de se vestir. Como por exemplo, eu da parte da manhã faço bancos como já referi anteriormente e as minhas colegas são muito mais velhas que eu, com os seus 30/40... Não sei como veio ao de cima a conversa de rapazes gays. Uma das minhas colegas estava a comentar que tinha visto um rapazito na Batalha, vestido todo de preto, cabelo espetado para todos os lados, botas de cano alto, mala de mão como as raparigas usam e quando olhou para ele até se aterrorizou, porque tinha os olhos pintados e as unhas de preto. E que de certezinha que era gay. Então as pessoas não têm direito a ter o seu estilo e andarem como querem e bem lhes apetece na rua? Eu defendi-o com os meus argumentos. Disse-lhe que se fôssemos todos iguais acabaríamos por morrer estúpidos. E depois ela veio-me falar das raparigas que andam de mini-saias (aquelas pirosas que se usam agora, do estilo de licra, muito justas ao corpo) e que elas andarem assim na rua já era coisa normal. Normal? É por estas e por outras que depois se ouve as notícias que a fulana tal foi assaltada e violada, ou pior... Eu não gosto do tipo de pessoas que julgam os outros pela aparência, porque ele até pode ter aquele "mau" aspecto, ou terrível como ela o descreveu, mas pode ser uma excelente pessoa. Não gosto de pessoas assim, têm mentes retrógradas. Se uma rapariga tem piercings é o fim do Mundo, porque não é normal as raparigas usarem piercings. Desde quando? tudo bem, eu respeito o facto de na época deles não haver nada disto, mas gente, estamos a evoluir! As pessoas não podem ficar para sempre na mesma. Só gostava mesmo que as pessoas que só estão a bem a julgar os outros pela aparência, pensassem um bocadinho e olhassem por eles abaixo, antes de criticar.


Um beijinho da vossa Renegada das Quartas-feiras.
Ruth Pacheco

janeiro 10, 2012

A mulher da luta

Sempre fui da opinião que nos devemos expressar sempre que as nossas opiniões divergissem mesmo que os nossos ideais sejam um tudo ou nada diferentes dos ideais dos outros. Sempre fiz isso e não me envergonho de expor aquilo que penso quando acho que tenho razão. Porém, quando alguém se opõe ao que eu digo, ouço a sua opinião, reflito sobre o assunto e tento ver se há alguma coisa que posso mudar na minha opinião. Se não existir, continuo a respeitar a pessoa, sendo imparcial. 
No entanto, meus caros amigos, isto não é sempre assim... Infelizmente, o meu "anjinho" não cruza com o "anjinho" de outras pessoas e, que eu saiba, eu não sou obrigada a concordar com elas quando acho que tudo o que elas dizem é infundamentado e de uma burrice extrema e muito menos quando admitem que aquilo que dizem é uma verdade inquestionável! Ora, eu sempre fui daquelas pessoas que quando lhe tentam impor algo, faz o contrário ou tem vontade de mostrar ainda mais a sua indignação e isso acontece na maioria dos casos e creio que não queiram muitas vezes ouvir-me "discursar" porque seria tremendamente secante.
Em suma, eu não gosto de pessoas que pensam que são inteligentes e estão sempre à espera para mostrar que são os reis da selva. Todos nós somos inteligentes à nossa maneira e nunca podemos ser detentores de toda a sabedoria. Essa sujeita pensa que é uma sábia e apenas o é para lavar roupa suja ou importunar e deturpar aquilo que os outros dizem. Para além do mais, é de extrema falta de respeito e caráter começar a fazer dos outros parvos, argumentar sem usar argumentos nem premissas plausíveis quase nos obrigando a prostrarmo-nos aos seus pés e pedir desculpa pelos nossos ideais! Ora, muito pobre de espírito e com um défice de inteligência é quem pensa desta forma porque, eu, pessoa que ela provavelmente deve assumir como labrega e parva, sempre pensei que a liberdade de expressão fosse permitida há já muito tempo. No entanto, parece que eu e quase toda a gente é parvo, segundo ela porque só ela é que tem razão, só ela é que sabe os marcos históricos, só ela é que percebe todos os conceitos psicológicos e dá exemplos... Só ela é que detém toda a inteligência... Só ela é que tem um vocabulário refinado e chique... Resumindo, os restantes vinte e um alunos mais a professora (que ela desrespeita profundamente, fazendo-a de parva e burra tal como nós) são burros e pronto! E coitado daquele que se intrometer na conversa dela quando ela está a falar! Apanha um vexame que se lembra a vida toda! No entanto, se ela é assim tão inteligente, tão dona do seu nariz (tão parva, estúpida, cabra, manienta, etc, etc, etc) não sei como é que eu, mera aluna burra, consigo tirar melhores classificações que ela. 
Só espero que ela um dia tente fazer-me aquilo que faz aos meus colegas porque eu não terei problemas nenhuns em explicar-lhe que eu não tenho de concordar com ideologias que eu considero completamente ridículas para pessoas que são apelidadas de inteligentes.
É. Tenho dito! E se eu fosse professora e ela falasse para mim do mesmo modo que fala para a minha professora, com toda a certeza ela já não assistia às minhas aulas! Ai não assistia, não! 

A renegada das Terças e mais vinte e um alunos que não sabem que eu aqui escrevo! haha
Hayley S. Logan

janeiro 06, 2012

Suffering


Ao olhar para esta imagem (andava eu no tumblr, toda feliz!), vejo acima de tudo dor! Uma pessoa não se corta por problemas mínimos. São mínimos aos nossos olhos pois estamos bem mentalmente. Actualmente, convivo com uma pessoa que a sua cabeça está um autêntico campo de guerra. E isto tudo começa em tenra idade. A nossa personalidade forma-se em birras, bates pés, conquistas, derrotas, rebeldias antes da idade adulta. A pessoa que refiro tem neste momento se não estou em erro, uns 30 e tal anos ... Ou nem tanto! É nova! Já é casada mas não é feliz. E não é do casamento. A auto-estima dela não existe. Enche-se de comprimidos, já se cortou ... Simplesmente, não acredita em si mesma! E tudo se desmoronou com um acidente de carro! A partir daí, foi regredindo! Já era mimada e sempre à procura de aprovação de quem ama, sempre a colocar a opinião dos outros à frente do bem dela! Com o acidente, o base dela estilhaçou-se. Dá dó olhar para ela. Quero tanto ajudá-la mas ela consegue deprimir as pessoas à volta dela com o seu pessimismo, com a sua mania de ter de controlar tudo e mais alguma coisa. E se algo corre mal? A culpa é de si mesma. Pode nem ter nada a ver com ela mas a culpa é dela. Doí, ver uma pessoa que gosto a destruir-se e a levar os outros atrás. E com toda esta insegurança vem as dietas loucas, comprimidos para dormir, idas a psicólogos e azares dos azares ... uma doença nos pulmões! O que ela têm aguentado mas, infelizmente está por um fio. Sempre que posso, tento convencê-la do mal a que ela se sujeita ... de calmamente, mostrar-lhe do que o mundo é feito! Tenho que escolher as palavras certas para que não a magoe ou que ela pense que estou contra ela! É bastante complicado. Eu própria fico louca quando estou muito tempo perto dela. Não sei que dizer mais ... Estas pessoas que sofrem assim não são apoiadas o suficiente. Os psiquiatras mudam a medicação que outros psiquiatras receitaram! E sabem, são medicamentos que demoram a fazer sentir-se o efeito. Ela dá em louca com tanta coisa! O psicologo nem fala com ela ... ao menos não insiste quando ela fica calada e lá passa a sua hora de atendimento. E ela sente que ninguém a ajuda!! Acredito que ela se sinta assim pois ninguém lhe dá a entender que a querem ajudar ... É bastante complicado e complexo. Não sei que mais dizer. Só que lamento quem sofre assim!
com uma dor no coração, Cassandra
Renegada às sextas!

janeiro 05, 2012

Cabeças cheias de areia.

 

  Há certas coisas que me irritam profundamente e com as quais não posso compactuar nem tão pouco tolerar, sendo que por vezes a minha boca não se mantém fechada, acabando mesmo por dizer o que nem sempre devo. É certo que a idade traz conhecimento e até mesmo cultura, sendo que nem sempre isso ocorre na medida certa porém, a idade não revela tudo o que a nossa cabeça contém. É certo e concordo plenamente, quando dizem que a idade traz não só conhecimento como experiência. Na verdade, o passar do tempo, os minutos, dias, semanas, anos, trazem-nos lições que por vezes somos obrigados a memorizar e quase forçados a relembra-las por tempos infindáveis.
  Não desmentindo tal facto, e sim, porque é um facto, continuo a questionar-me o que faz com que algumas pessoas com uma idade relativamente mais avançada, continuem a achar-se detentoras de toda a razão e saber. É ridículo. No mínimo.  Tudo bem, sabem mais da vida que por certo alguns adolescentes, e podem até ter tido uma vida calcada de problemas e situações complicadas das quais fortes cicatrizes permaneceram, no entanto, quem diz a essas mesmas pessoas que também nós, nas nossas vidas, não tivemos já experiências suficientes para entender o mundo, a nossa essência?  
  É bastante comum, de tal ordem que chega a irritar, por parte dos professores ou até mesmo das senhoras lá da aldeia, muito senhores dos seus narizes e de ego demasiado elevado, lançarem comentários um tanto quanto desconcertantes e irritantes referentes à nossa jovem idade e à nossa aparente ingenuidade.
  Pára tudo! A minha idade não define os meus conhecimentos, não transparece o que eu já vivi, nem tão pouco dita o que eu sei ou não. As cicatrizes do meu passado, as marcas dos meus passos, o que está lá para trás, está tudo contido na minha mente, na minha personalidade, e não vai ser a quantidade de anos que já vivi que vão denunciar a minha história. 
  Mas, ao que aparenta, nem toda a gente parece perceber isso e continuam repetidamente a fazer as mesmas afirmações descabidas  e sem nexo, com os habituais: "Quando souberes o que é a vida, vem falar comigo!", ou "Sabes lá as dificuldades que a vida tem!" . Quando é que as pessoas percebem que jovens ou não, todos temos problemas, dificuldades, barreiras que necessitam de ser derrubadas? 
  Cabeças repletas de areia, é o que é! Com que então são detentores de mais saber que qualquer jovem que se passeia pelas ruas!  Então porque é que têm uma mente tão fechada? Não deveria a vida servir para nos provar que cada um tem os seus problemas e o seu entendimento das situações?  Tantos erros, tantos problemas, tantas lições e no entanto, mentes retrógradas e vazias de razão.
  Quantas vezes nos tomam por parvos, considerando a nossa tenra idade e afirmando-se como superiores em conhecimento e cultura?  Seja com dezoito, catorze, trinta ou cinquenta anos, cada um tem os seus conhecimentos e há muita gente de tenra idade com mais e melhor percepção das situações que muita gente que se acha superior. Tenho dito! 


#O grupo acabou de criar uma página no facebook onde serão anunciadas não só as movimentações do blog , como também serão publicadas algumas notas pelos membros do The Renegades.  Podes visitá-la aqui. :) Faz like e acompanha a nossa jornada! #

-Emma Sommers*
Renegada às quintas*

janeiro 04, 2012

Trabalho, trabalho e mais trabalho.



É basicamente a minha vida. Ultimamente não tenho tido tempo para nada, sinto-me tão atarefada com tantas coisas para fazer e quero fazê-las e acabo por não fazer nada no final, o que já é habitual. Desde que comecei o ano, entrei logo a matar ou seja a trabalhar para não variar. Então faço horário das 7h às 9h num banco, e depois tenho de ir para o Hotel fazer 5h horas de trabalho, e em vez de sair por volta das 15.00 saio por volta das 18.30... E eu explico porquê. Quem tem trabalho entende-me na perfeição, que quando começámos a dizer que sim sim e sim a tudo, as pessoas acham que nós temos que estar sempre de perninhas e braços apertos (salvo seja) para fazer tudo. A minha chefe anda assim comigo, ultimamente. Eu não digo que não, porque tenho um trabalho e quero mantê-lo e mesmo pelo facto de não estar segura lá, tenho medo de o perder... e ela agora acha que eu tenho tempo e capacidade para fazer tudo. Ela quer que eu vá para os bancos, quer que vá para uns apartamentos, quer que vá para o Hotel, e nem sequer me deixa gozar as minhas folgas. Sabem o que é estar 3 semanas sem uma única folga a sair às 6h30 da manhã de casa e chegar às 20.00? Custa muito, não só pelo cansaço, mas também pelo facto de isto se alongar durante muito tempo e eu nem sequer tenho direito aos fins-de-semana e passar tempo com a minha família, visto que a minha mãe precisa muito da minha ajuda. Eu também tenho uma vida para além do trabalho, também tenho amigos, também quero viver. Mas elas não entendem isso... E se eu disser que não fico logo penalizada. Agora digam-se sinceramente, acham isto certo? Elas têm tanta gente no hotel para trabalhar e não mandam ninguém para os outros lados, no Sir... Bem, eu queria pedir desculpa mais uma vez por faltar a semana passada outra vez, mas como vêm a minha vida não anda nada fácil e não tenho tempo para quase nada. Espero que tenham tido umas óptimas entradas em 2012. Uma beijoca rechonchuda


A vossa Renegada das Quartas-feiras
Ruth Pacheco

janeiro 03, 2012

Das injustiças que me dão a volta ao estômago

Para os estudantes portugueses hoje começou o primeiro dia de aulas do segundo período. Eu, de facto, queria ir para a escola por um motivo: rever todas as pessoas com quem mantenho um contacto afetuoso e me dizem algo e não ter de ouvir os professores a debitar matéria de uma forma incansável.
Não sei como funciona o ensino em outras escolas nem em outros países, mas na minha parece que os professores querem as notas para eles, isto é, hesitam em dar aos alunos notas altas mesmo quando as merecem. Além disso, dão as notas a quem vão com a cara... o que é extremamente injusto. E isso acho que me aconteceu mas eu esperava de um outro professor e não daquele. A verdade é que eu acho, e peço desculpa se estou errada, alguns professores apenas dão as notas em função daquilo que os alunos são para eles e não para a disciplina. Um exemplo vivo disso é como é que uma pessoa com uma média de, imaginemos, onze passa para catorze? E como é que uma pessoa de média dezanove passa para dezoito? Juro que não percebo qual a diferença entre subir ao aluno a classificação quando ele se encontra num patamar inferior e àqueles que merecem a nota, descerem-na! Não, a sério que me mete uma confusão danada e quando interpelados, respondem que tinham medo de dar porque podia desiludir no próximo período... Ora, tem medo, compre um cão! Desilusões todos passámos e não é por uma nota ou de um deslize que podemos provocar desilusões! Para além disso, não é por um aluno não superar as expetativas naquele período que vai repeti-lo no próximo! E nós não vamos saber porque não possuímos poder de adivinhação se no próximo período vamos manter! Ora, eu estou irritada porque acho que fui vítima de uma injustiça e não faz parte do meu feitio acanhar-me perante esta situação. Portanto, e acho que não deve ser só aplicado aqui, vou procurar saber por que razão me foi atribuída aquela nota embora ache que vá sair de lá com a mesma... Mas não me importo, pelo menos irá dar para entender que quando acho injusto, eu reclamo.