Antes de mais nada queria desculpar a minha ausência a todos, mas há certos assuntos que nos são difíceis de protelar. De qualquer das formas, aqui estou, ou melhor, não estou, mas já poderão usufruir do curso normal deste blog pelo menos no que toca às minhas postagens.
Hoje venho falar de algo que me deixa muito sensibilizada: mendigos. Pela minha zona não há muitos, mas quando vou ao Porto vejo dezenas deles nas esquinas, implorando por uma esmola ainda pouca que seja. A mim custa-me passar por eles e não dar nada, especialmente quando tenho sacos com roupa ou livros. Custa-me vê-los ali, esticando o braço, exibindo as suas feridas sem nada. Eu não tenho pena deles, mas sinto que se pudesse ajudava-os mais. Fico sempre amargurada porque penso na sorte que tenho em ter uma casa, meios suficientes para sobreviver enquanto outras pessoas não têm nem um canto próprio para dormir. Sinto-me mesmo mal passar por eles, verem-me com sacos de algo que comprei e não ter dinheiro para lhes dar. Não sei, a mim deixa-me triste porque eu gostava de conseguir ajudar, de lhes dar mais, de fazer as pessoas verem que temos de mudar as mentalidades e que eles não irão sobreviver só de esmolas! Há que alertar para isso. No entanto, eu tenho a plena consciência que se calhar a maioria deles não querem trabalhar, mas é desumano termos de sobra para nós e não darmos aos outros. Eu fui ensinada a partilhar com os outros e provavelmente até quando dou esmola estou a contribuir para a sua morte, mas eu não vou adivinhar se eles querem dinheiro para comida ou droga. Eu prefiro partir do pressuposto que é para comida.
É especialmente quando os vejo que me faço recordar que por muito que me queixe da minha vida, não tenho de me queixar. Tenha casa, cama, cobertores, comida, equipamentos eletrónicos, estudos... coisas que eles não têm. E não deveria ser isto base para a nossa felicidade? Eu não consigo imaginar felicidade na forma como eles vivem, por isso, eu faço sempre por recordar-me que eu sou uma pessoa com sorte e que embora não consiga mudar o mundo sozinha, não posso desistir de tentar fazer aquilo que acho correto.
Para finalizar... eu não posso deixar de concordar com a imagem. Podem pagar para haver guerra, mas para alimentar aqueles que necessitam não há dinheiro.
Com este post não pretendo dizer que têm de lhes dar dinheiro, mas mostrar que o pouco que fazemos pode fazer a diferença e que apesar de tudo, somos felizes ainda que não queiramos aceitar tal.
Hayley Nya, a Renegada das Terças.
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