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dezembro 22, 2011

Falsidade

  

Escondida por detrás de máscaras descabidas, ostentando um sorriso presunçoso e orgulhoso enquanto enxerga os demais a desfalecer perante as suas emboscadas traiçoeiras. Ocupa almas desprotegidas em busca de alimento e engana os que dela se aproximam. Foge. Corre. Voraz e sem medos, esconde-se enquanto aguarda a chegada de mais uma presa. Vitoriosa e impune pega nas suas malas e ruma adiante de mãos dadas com o oportunismo devastando os que nela creem.  Facilmente desmascarada por aqueles que com ela convivem, mas não se redimindo muda de poiso e ataca outra mente fraca.  
Pergunto-me, e torno a perguntar o porquê de tanta generosidade, solidariedade e exorbitância na época natalícia. Toda esta máscara que nos esforçamos por carregar durante estes dias, forçando sorrisos calorosos, abraços amigáveis e até olhares acolhedores. Relembramos todo um ano de erros, falhas e despreocupações e redimimos-nos do passado, fazendo juras traiçoeiras sobre o futuro que nunca serão cumpridas. Chegamos mesmo a atingir picos de falsidade tão altos que as injúrias não passam mais de pequenos modos de saudação. 
E depois? Depois regressamos às nossas vidinhas mundanas, desprezando os demais, rejeitando as suplicas dos pobres, passando impenetráveis pelas ruas cruéis da tristeza, levantando os nossos rostos imundos e exibindo sorrisos pouco afetivos. Retornando ao nosso "eu" real e deixando a máscara desfalecer enquanto os nossos olhos irradiam vitória e orgulho. Sensação de missão cumprida, como se um dia compensasse os outros 364.     
Isso irrita-me. Irrita-me todo esse espirito natalício falso, desprovido de verdadeiro sentimento. Para quê esses fingimentos? Para ficar bem na fotografia?   E isso compensa? 
Falsa ilusão. Não compensa. Não faz de nós melhores. Lamento.
Não que eu não goste do Natal, porque gosto. Ao contrário de muita gente que não admira esta época devido a mil e uma coisas, eu gosto. Gosto do espírito, dos enfeites, da noite com a família. Mas consigo entender quem não aprecia nada disto, afinal é só uma altura do ano em que ostentamos as nossas melhores máscaras e saímos para a rua para "ajudar os outros". Quantos de nós o fazem no resto do ano? Quantos de nós sequer se preocupam com os demais nos restantes dias do ano?   A resposta é bastante óbvia, não? 

-Bree Emma Sommers :)

2 comentários:

  1. hi Bree
    se as pessoas geralmente não são fraternais com a própria família, o quê dizer dos estranhos.
    A farsa seria para "agradar a Deus"? Jesus nasceu, mas se ele fosse uma criança engatinhando na calçada ao lado da mãe pedinte, poucos dariam uma olhada nele, e desses poucos lhe dariam algo para comer. Triste realidade, talvez nem eu mesma escape dela.
    Porém, ainda não será a hipocrisia a estragar-me o Natal. Comerei, beberei, dançarei, e abraçarei meus famíliares. Afinal, é o feriado mais alegre do ano.

    ""merry xmas""
    abraço

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  2. Não tenho mais nada a acrescentar, Emm ;)
    Parabéns por este excelente texto!
    Descreveste a verdade, sem rodeios e admiro isso!
    Beijos, Cassandra!

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