Like The Renegades!

dezembro 15, 2011

Ódio.

   
   Era uma vez um rapaz que vagueava pelos campos infindáveis do desespero, colhendo todos sorrisos e sonhos que apanha à sua mercê no seu caminho decrépito. Destruía tudo por onde passava deixando um rasto de lágrimas e tristeza. Orgulhoso, seguia o seu caminho em busca de mais vitimas solitárias. Em busca de sangue fresco de um qualquer desgraçado que lhe abrisse as portas da sua alma, deixando-o alimentar-se dos seus desejos e realizando os seus pensamentos negativos. Saía porta fora descarregando a sua felicidade retrocida nos egos fracos dos seus semelhantes, criando um percurso de dor e devassidão. Continuava caminho com o seu rosto contorcido de uma alegria bizarra que só ele gostava de se exibir. O trilho escarlate  que os seus passos marcavam era arrepiante para quem o enxergava de fora, observando as suas atitudes vorazes enquanto este saciava a sua sede desilusão.  Refugiava-se na montanha esperando a vinda de algum insulto grosseiro do qual se pudesse apoderar. Aguardava as suas presas como um lobo à espera da sua presa.  Devastava multidões com um simples olhar tingido de sangue. Provocava a dor e o panico e permanecia no topo a observar os estragos por si criados, vitorioso. Quase nunca se esforçava por arranjar que fazer, havia sempre algum ser ingenuo que se entregava nas suas mãos suplicando uma redenção amaldiçoada que este gozava como um doce é apreciado por uma criança. O soco que lançava com o olhar temivel à melodia dos prantos de suas vitimas.  Erguia-se no pedestal erguendo os braços e gritando vitória enquanto a indiferença lhe marcava os olhos e a raiva lhe escorria pela boca em tom escarlate. 
   Apresento-vos o Ódio, Rei dos Fracassados e Génio dos Compulsivos.


Bree Emma Sommers   *-* 

4 comentários:

  1. Ah, o ódio, será que o evitamos o suficiente?
    Ele parece entrar pela porta junto com a brisa, o ar que entra pelos pulmões e se aloja no peito, quase sempre corroendo até putrefazer o coração que ali habitava.
    Ainda há momentos em que o ódio se faz necessário? Dizem que há, eu acho melhor ficar longe.
    Ele é sedutor, parece forte e corajoso e parece que vai partilhar disso para essas almas frágeis, acinzentadas, cansadas mas não. O sorriso dele é de vitória e não há mas que 1° lugar. E onde ele invade, ele impregna.

    Muito reflexivo seu texto, adorei Bree.

    Tchüs :)

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  2. Olá! Wow! But what an incredible message and text! :O Sinceramente, fizeste-me lembrar o livro que estou atualmente a ler e, de facto, mereces uns megas parabéns porque está absofreakingawesome! :O

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  3. O Ódio. Anda de mãos dadas com o amor apesar de nunca ser o seu contrário. Acho ambos complexos e difíceis de explicar. Num breve texto, conseguiste não caracterizá-lo mas sim ensinar-nos a descobri-lo! Muitos Parabéns Emm ;)

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  4. Eu não sei se já consegui sentir ódio de alguém. Ódio mesmo, em sua mais pura essência como descreveu. Raiva sim, muita, e que teve e tem longa duração e isto realmente me confunde. Não sei se raiva é algo que passa com rapidez ou se, quando ela se perpetua, já tornou-se ódio.
    Talvez eu odeie e nem saiba.

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