Like The Renegades!

dezembro 08, 2011

Plágio.

 


   Qual é a vantagem de copiar algo e intitular como nosso?  Trar-nos-á isso mais fama ou prestigio? Mais capacidades ou qualidades?   Talvez até nos possa levar ao estrelato, através de inúmeros elogios patéticos, mas trar-nos-á mais felicidade, apoderar-mo-nos do que não foi fruto da nossa pessoa?   Comportar-mo-nos como sanguessugas reles e sedentas de sangue alheio. Aonde nos conduz tal ato descabido?  
   Plágio é crime, e um crime repetido vezes e vezes sem conta por seres inúteis em busca de redenção para as suas vidas sem interesse ou talento. Seres que rastejam na sombra dos vitoriosos e se abastecem dos restos deixados para trás por aqueles que assumem o controlo de suas capacidades.
   Quando a ânsia de afirmação atinge o seu auge, forçando-nos a resistir à sua persistente tentação, quantos de nós não falham na demanda do caminho certo? Quantos de nós não se tentam nas sombras em busca de algo em que agarrar, em algo a que retirar os títulos e levá-los ao estrelato?
   Quando alguém escreve algo, quando alguém faz as suas mãos deslizarem a tinta numa página semi rasgada ou embaterem nas teclas desgastadas do seu computador; quando alguém faz das suas ações as melhores e nos brinda com o que deve ser feito; quando alguém torna a sua vida num gesto grandioso e nos ofusca pelos seus talentos inúmeros, de que nos serve surripiar os seus atos e tomá-los como nossos?
   Diariamente, em todo o mundo, - quer na rua, na "vida real" , quer no ciberespaço - milhares de pessoas são confrontadas com a dura realidade que são as imitações fraudulentas exercidas pelos seus semelhantes de forma desleal.  
   Quando o nosso mérito é nos retirado, atribuído a pessoas alheias enquanto salvas de palmas os congratulam pelo nosso trabalho, quando vemos as louvações serem direcionadas a desconhecidos que passamos a odiar de imediato. O nó no estomago que nos consome enquanto a vontade de gritar nos sufoca. Como se não fossemos bons o bastante e as nossas ações só se tornassem respeitosas assinadas por outros.
   Não, eu  nunca fui vitima de tal, não no ciberespaço. Não, eu nunca soube o que era ser vitima de plágio à descarada em relação ao que escrevo. Não, não sei qual é a sensação. (E talvez seja esse o prémio da anonimidade).  Mas consigo imaginar a agonia que se forma ao ver os nossos feitos com o nome de outros.
   Já na vida real, no mundo exterior, essa agonia é minha bem conhecida e sei o quando custa. Sei o que é as lágrimas a picarem nos os olhos, gritando por liberdade quando enxergamos outro ser a erguer orgulhosamente e descabidamente os nossos atos.
   E que mérito próprio isso lhes trás? Absolutamente nenhum, porque não passam de pobres de espirito sem ideia nenhuma do que é ter mérito próprio. 


Bree Emma Sommers :)

3 comentários:

  1. Ambos assuntos são delicados Bree. O plágio literário, propriamente dito, como ocorre muito no ciberespaço e não somente com autores famosos e, o plágio que seria um furto de um feito seu na vida real.
    O plágio literário tem como ser, de alguma forma combatido, quando o verdadeiro autor está a par, o grande problema que nem sempre ficamos a par disto. Há leis de direitos autorais e que devem ser cumpridas e eu, se for plagiado, ou souber que fui, irei lutar por elas até o fim dos meus dias, porque realmente não é justo que todo o meu trabalho não seja reconhecido como meu. Fui eu que escrevi, fui eu que me matei para criar, muitas vezes sem inspiração, um texto ou um livro.
    Quanto ao roubarem méritos meus na vida real, nunca me ocorreu, mas já vi ocorrer em meu colégio e acho bastante desonesto.
    Se isto trará felicidade a quem pratica tal ato?
    Infelizmente devo dizer-lhe que sim. Ele consegue um mérito sem o mínimo esforço e é tão ignorante que não dá-se conta do verme que é.

    ResponderEliminar
  2. Olá! Primeiramente, plágio é crime e por aí já deveria existir uma certa contenção, digo eu. Em segundo lugar também não percebo se causa um acréscimo de felicidade. A mim causaria mais depressa repulsa por ter copiado algo que não era meu, bem como um autêntico atentado à minha capacidade de raciocínio. Que eu saiba, nunca fui vítima de plágio e acho que os mais plagiados são aqueles que tecem comentários amorosos e talvez por isso ainda não se tenham apoderado do que era meu ou do que qualquer um de nós, renegados, escreve. Gostei muito do teu texto e os plagiadores deveriam ler isto! hehe beijinho! ^^

    ResponderEliminar
  3. É dificil perceber as razões que levam a alguém a recorrer ao plágio mas uma coisa, eu sei .. é que essas pessoas sofrem de baixa auto-estima e acham que nunca conseguiriam fazer algo tão bom ou melhor de como quem plagiaram fez ... e aí, apenas pisam pessoas e recorrem a métodos sujos para se sentirem bem!!! Parabéns, Em! Abordaste muito bem este tema!

    ResponderEliminar