Por vezes dou comigo, tal como penso que todos nós façamos, a pensar no quanto eu própria desprezo a minha vida, no quanto me banho em lágrimas enquanto existem pessoas que a toda a hora veem as suas vidas comprometidas, barradas e de algum modo, arruinadas. Afinal, quantas vezes nos deparamos com rostos infelizes, expressões ausentes, olhos tristonhos, ao passo que, muitos seres humanos se esforçam diariamente por se erguerem do chão frio que são as suas possibilidades e que ainda assim, arranjam forças para sorrirem pelo novo dia que amanheceu, pelo novo dia que não deixou de vir, que não se ficou pelo caminho?
De repente, ao olhar para essas pessoas, ao enxergar a força de vontade que lhes tolda o olhar, a veracidade dos seus sorrisos, a natureza pura das suas opções, é como se me sentisse diminuta. Afinal, para quê este sofrimento quase diário que impinjo a mim própria? Masoquismo. Para quê? É desnecessário e tão ultrapassável. Quando nos apercebemos que os nossos problemas, comparados com os demais, podiam até ser levados pelo vento, substituídos pela carícia da brisa e destruídos pela erosão do tempo.
A vida não é feita à medida das pessoas, da suas capacidades, crenças ou ambições. Antes fosse. Mas isso não passa de uma ilusão , uma sensação ilusória de que tudo seria mais fácil. Basta olhar para o exterior. Ruas, lojas, parques, acessos. Eu tenho tudo o que preciso para ultrapassar cada barreira, por mais opulenta que a mesma seja, no entanto, será assim tão fácil para as vitimas de acidentes ao acaso, resistirem às constantes investidas vingativas da vida? Por vezes é como se a própria vida nos incitasse a regressar ao chão egoísta, como que afirmando que não mais nos devíamos levantar, rindo nos nossos rostos, traindo com um só olhar, retratando as faces semelhantes que avistamos diariamente, numa imitação tão real e elaborada que nos habituamos a ela sem oferecer qualquer resistência.
A vida põe-nos diariamente à prova, testa-nos. E quantos de nós resistimos? Poucos. E aqueles a quem realmente não resta nada para além do fraco oxigénio que respiram? Ah! Esses levantam-se cada dia mais fortes, com sorrisos mais abertos. Agradecendo novamente pela dádiva que é estarem vivos. A vida é cruel. Porquê fazer dela ainda pior?
Sorri. Vive. Aproveita. Respira. Dança. Saí da rotina. Foge. Brinca. Levanta-te desse chão de memórias, inspira fundo e aproveita aquilo que muitos dariam graças por ter. Uma vida cheia de oportunidades para viver.
Espero ter feito algum sentido com isto tudo *
Bree Emma Sommers,
Renegada ás quintas .
Temos mesmo que aproveitar! vamos estar tanto tempo mortos, que não podemos desperdiçar um minuto que seja.
ResponderEliminarGosto desse positivismo ;)
Bugs
Ora nem mais! :) Há que viver mesmo com as adversidades e tentar contornar os obstáculos porque nós fomos feitos para sobreviver e isso implica que tenhamos o mínimo de prazer nisso! ;) beijinho!!
ResponderEliminar