Like The Renegades!

março 27, 2012

Sweet Child O'mine

Fico abismada com os miúdos de hoje em dia. Semanalmente convivo com miúdos com metade da minha idade e constato que eles não são crianças: não sei bem o que eles são mas não são crianças. Têm ideias quiméricas, são desprovidos de qualquer disciplina e responsabilidade e são mal-educados. Eu quando era criança não era pêra doce. Era pior que um rapaz mas sabia conter-me quando ia a algum lugar e quando estava prestes a fazer asneiras, bastava lançarem-me um olhar ameaçador para eu me retrair. Agora não. Uma pessoa lança o olhar pensando que será suficiente mas vê-se obrigada a berrar porque os miúdos não são nada educados e pensam que podem fazer o que querem e bem lhes apetece! Eu não sei, eu tenho dezassete anos e os pais têm mais dez anos que eu e eu é que pareço ser mãe dos miúdos e eles a rapariga com dezassete anos! Eu não peço para me contarem nada mas eles contam-me tudo em tom de desabafo e por norma é o seguinte: "Os meus pais foram à discoteca", "Deitei-me às sete da manhã" e coisas totalmente impensáveis para crianças de sete e oito anos! Que tipo de pais são estes que trocam os filhos por uma ida à discoteca? Já não lhes passou essa maluqueira? Eu que tenho esta idade denominada como idade da parvalheira abomino discotecas! O pior disto tudo é que depois não acompanham os filhos, não querem saber das classificações que têm, do desenvolvimento cognitivo deles e querem que os filhos sejam os melhores. Mais preocupante: ensinam os seus educandos a serem competitivos e a armarem-se em melhores como se isso fosse fazer deles alguém melhor! Que pais são estes? Não era suposto darem-lhes educação e zelar por eles ao invés de os deixarem ao Deus de Ará? Eu não sei mas eu não seria assim. Aliás, eu já cheguei a dizer muitas vezes cá em casa que se os meus primos falassem para mim como falam para os pais eles iriam estar sempre de castigo porque eu não suporto petulância. Não suporto nos meus primos quanto mais a miúdos que só vejo semanalmente? 
Atualmente acho que os pais só querem ter filhos por ser giro porque assim podem vesti-los como se fossem bonecos. Sinceramente, se o intuito é só esse por quê trazer uma criança que no futuro vai ser frustrada? Ou eu sou muito retrógrada ou então este mundo gira mesmo ao contrário. Eu sei que isto não se aplica a todos os pais e peço desculpa a quem não age assim perante os seus filhos mas em vez de estar sempre a protegê-los e a defendê-los que experimentem deixá-los descobrir as coisas por si próprios porque eu com oito ou nove anos tinha uma noção das coisas sem ninguém me dizer e não precisava propriamente que me defendessem como os pais agora fazem. Protegem-nos tanto em certas ocasiões e depois deixam-os por sua conta. Eu não percebo e ponto final! Eu se tivesse um filho iria tentar dar-lhe uma educação digna como eu tive. Iria ensiná-lo a ser uma pessoa moderada, sem grandes extremos, respeitar tudo e todos e a ser crítico sem ser maldoso. Iria ensiná-lo a escrever, ler-lhe todos os dias, ensiná-lo a tocar flauta e guitarra e iríamos fazer muitas experiências científicas para lhe mostrar como o mundo funciona. Não iria tratá-lo como se fosse um mero boneco animado como os pais de hoje em dia fazem. 
E é assim que eu penso e embora seja muito nova para pensar em tais coisas, irei ajudar a criar o meu afilhado desta forma porque tenho a certeza que assim ele será uma boa pessoa e não um pequeno Diabo como os miúdos que convivo.
Lamento que mais tarde estes mesmos pais venham a constatar que o excesso de mimo que lhes deram contribuiu para os seus filhos adorados se tornassem em verdadeiros diabinhos. Não obstante, só colherão aquilo que estão a semear. 
Hayley Logan

2 comentários:

  1. Não poderia concordar mais com as tuas palavras, Hayley! Cada vez mais, e isto é preocupante até para mim que sou mais nova que tu, os miúdos são insolentes e agem como se fossem detentores de toda e qualquer razão. Mas, tal como tu, defendo que a culpa reside na educação que recebem dos progenitores. Que pais são estes que tratam os filhos como se fossem descartáveis, ou que os protegem de tal maneira que quando estes se apanham sozinhos, cometem loucuras tamanhas? Não sei se estás a par da situação do rapaz que morreu em Espanha, numa viagem de finalistas.. Inicialmente não liguei muito ao caso... Afinal, por mais cuidado que tenhamos, acidentes acontecem! Mas hoje de manhã ouvi um psicólogo (se não me engano), a comentar o sucedido, e indubitavelmente, tive de concordar com o que o homenzinho disse. Os pais, protegem tanto os seus meninos de ouro, que quando estes se vêm livres da proteção dos pais, nem têm noção dos riscos que correm e depois sucedem estes incidentes. De certo modo, identifico-me com este texto, pelas piores razões. Também os meus pais , desde sempre me protegeram, talvez em demasia... Porém , houve sempre uma parte de mim que fugiu dessa proteção, que se auto incitou a procurara mais, a se auto desenvolver sozinha. E nisto entra uma parte bastante importante da minha vida. Ao ter crescido nos escuteiros, as minhas capacidades sempre foram postas à prova, a aventura sempre foi constante, a liberdade sempre foi procurada. E é exatamente por ser a minha segunda familia que me orgulho da pessoa que sou. Porque sei que não me assemelho a esses pequenos diabos que sempre foram protegidos e vistos como os meninos adorados! Eu fugi disso e hoje olho para eles, e só consigo pensar "mas o que raio anda naquelas cabeças ocas? Credo!" xD
    Enfim! Muito bem abordado, Nya :)
    beijinho .

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  2. Olá mais uma vez! ^^ Muito obrigada! :D De facto é preocupante porque os pais para umas coisas protegem-nos e estão atentos e se calhar para o que é mais importante já não o fazem. Não digo que nenhum pai ou mãe é perfeito porque não existem e todos nós cometemos erros mesmo quando não queremos mas é muito mais fácil colocar tudo em frente das crianças ao invés de as ensinar depois quando se deparam com outras situações, não as sabem resolver. Sim, eu vi essa notícia e lá está, é como tu dizes e penso que não só. No entanto, os meus pais foram como os teus só que há uns que conseguem libertar-se das suas asas protetoras e outros preferem ser protegidos. Tal como tu, decidi ser rebelde e libertar-me e sinceramente não me arrependo ;) beijinho!

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