Torna-se sempre difícil começar um texto, por vezes as ideias são tantas que se sobrepõem umas às outras na minha cabeça, iniciando-se tal confusão que não há como iniciar certamente uma frase. E depois começamos a juntar esta palavra com aquela, esta frase com a outra, parágrafo e ponto final, algumas vírgulas pelo meio, até que, sem dar-mos conta, o início já não importa; já temos um texto apresentável, cheio de emoção, um texto digno de tal nome. No fim temos o que queríamos compilado perfeitamente num pequeno ou grande texto. Quando damos por nós, já as ideias se formam à velocidade da luz, tão rápidas que se torna um problema colher todas elas, tão rápidas que a nossa mente vira um turbilhão de emoções, palavras, ideias, opções... Um labirinto de imaginação. Somos consumidos pelo poder que faz as nossas mãos moverem-se sincronizadamente.. agitando os seus dedos sobre este teclado, ou segurando a caneta privilegiada para iniciar este trilho. Um trilho de pensamentos, de sentimentos, um trilho organizado pelo cérebro, ditado pelo coração.
Não é fácil como por vezes parece. Quantas vezes damos por nós a reescrever uma e outra vez a mesma ideia, só porque tal frase não encaixa com o resto, ou não se enquadra com a ideia geral? Só porque não eram aquelas as palavras exatas, ou não era assim que soava convenientemente? Quantas vezes as palavras chave nos escapam para os locais mais recônditos e inóspitos, impedindo-nos de as alcançar? Fazendo-nos recuar porque aquela vírgula não foi bem colocada e não queremos dar aso a dúvidas; ou porque aquela exclamação soa demasiado arrogante naquele contexto?
Lemos, relemos, voltamos a ler, retornamos a dar uma vista de olhos... Erros. Surgem de todos os lados. Principalmente quando na nossa mente habituam mil e uma situações e o nosso corpo está demasiado entorpecido para alinhar tudo com a linguagem correta. E quantas vezes voltamos ao ponto de partida, apagando qualquer registo da bagunça que protagonizava anteriormente? Quantas vezes nos obrigamos a iniciar tudo de novo, sem ponto de partida fixo, apenas e só seguindo o que a nossa mente conjectura?
E quando a imaginação se esvaí, abandonando-nos, fazendo-nos perder a cabeça pela vontade e necessidade de formar frases que componham aquele texto? E quando a inspiração não funciona? Quando aquilo que outrora nos fez produzir belas palavras, não nos permite mais tal feito...
Escrever... Ninguém disse que era fácil, mas está tudo na cabeça... E no coração, de cada um.
Bree Emma Sommers,
Renegada das quintas.
Ora, mas que grande texto Bree! E tens toda a razão no que disseste...
ResponderEliminarUm beijinho
Obrigada Ruth :)
EliminarMaravilha de texto! Nem uma palavra a acrescentar, nem tirar. Descrevestes muito bem o processo de escrita.
ResponderEliminarNão é um processo nada fácil, nem para se falar sobre ele :)
EliminarMuito obrigada :)
E aquele momento em que uma pessoa decide virar a ideia de pernas para o ar e fazer algo completamente diferente ou juntar ideias? omg eu passo-me tanto X)
ResponderEliminarBom texto Bree :D Gostei da descrição e da tua interpretação perante a escrita.
Subscrevo! É tão stressante por vezes! :p Mas compensa no fim, regra geral, quando produzimos algo com fundamento :)
EliminarMuito obrigada Victória ;)