Like The Renegades!

abril 13, 2012

Mãe-filha

Quando somos sangue do mesmo sangue, sangue que fervilha em cada discussão ... o mesmo! Não devias ser tão intolerante comigo. Não devias, nunca mas nunca encostar a tua mão na minha face de menina crescida. Estou cansada de que tudo o que eu faça seja questionado por ti. Reclamas da minha idade mas não me deixas tomar uma decisão e nem sequer confias nas minhas escolhas. Se não sigo os teus conselhos estou a desobedecer-te ou a simplesmente a querer lixar-te o dia só porque tu ficas chateada comigo. Nunca na minha vida as minhas escolhas, a maneira como faço as coisas foi deliberadamente pensada para te prejudicar ou aborrecer. Tenho mais que fazer! Se fiz como fiz ou faço como faço é porque acredito que funciona. Se não vai ao encontro do que tu aprendeste, não tens que me julgar por fazer diferente e muito menos achares que só por teres um grau de parentesco directo e bastante próximo que podes obrigar-me a fazer como tu queres. Entre pedires-me e a mandares vai uma distância bastante pequena ... a linha que as separa é ténue e tens a tendência a pisar ou até mesmo a ultrapassar o risco! Interpretas as minhas palavras da maneira como te apetece, a nossa proximidade nunca deveria ter passado de mãe-filha. Nunca podia ter ponderado de que podia esquecer o facto de seres mãe e ver-te apenas como amiga. Sinceramente? Isso destruiu-nos completamente. Fez-nos esquecer pequenos detalhes em relação ao respeito. Não tolero que digas que não sou sincera, que não admito os meus erros, que não sou humilde o suficiente para os fazer e afirmas a pés juntos porque o facto de seres minha mãe não te deixa veres a razão que por vezes possuo! Não te deixa considerar outros caminhos, outras maneiras de chegar ao mesmo destino porque tu nunca tiveste quem te deixasse falar, fazer-te ouvir ... tu deixas-me falar mas dizes que estou errada. Já nasci errada só de ser tua filha. De não ser o rapaz que o pai desejava. De não chegar às expectativas que tens de mim ... dizes que não segurei as notas a tempo? Que está tudo perdido? Que não aproveitei o tempo? Vou mostrar-te que estás errada. Tanto neste ponto como na minha concretização como mulher. Vou ser melhor que tu, vou saber ouvir os meus filhos, dar-lhes razão se a tiverem e não é o facto de admitir que errei perante decisões, gritarias, ofensas aos meus filhos que eles deixarão de me respeitar ... aliás, só os estou a convidar a isso mesmo e depois sabes o que acontece!? Serão aquilo que tu queres que eu seja para ti! E apenas o serão porque serei aquilo que não és para mim. Nunca é para te contrariar, nunca é por prazer, nunca é por querer te mal ... não te quero mal mas tenho que descobrir-me e para isso, tenho que fazer buracos com a cabeça e tu apenas tens que assistir ... impávida e serena. 

Nota: Desabafo fictício;
com revolta no coração, Cass a renegada das sextas
Em breve, teremos novidades ... temo é não serem as melhores!

3 comentários:

  1. Nem sabes o quanto me identifiquei ao ler todas estas palavras, algumas bem preciosas! Adoro este projecto que têm, de verdade. É uma grande espaço que aqui têm, espero que consigam seguir em frente e ultrapassar tudo.

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  2. Eu não sei porque razão foi deletado o último post, o Dia dos Renegades, eu o li, contudo, não é sempre que dá para comentar na hora.
    Reconheço que estive distante de alguns blogues e lhes disse a respeito em minha mensagem, tanto que pedi desculpas por minha ausência, por ter entrado em algo que não me apeteceu, no entanto, talvez este seja meu costume, de começar projetos e não terminá-los, as evidências estão em meu HD, tantos livros que iniciei e ainda não concluí.
    Sim, eu tive a ideia do projeto e tive que me retirar por motivos pessoais e, já que afirmaram que eu lhes decepcionei imenso, acredito que possa dizer que também não estive animado nos últimos posts.
    Presenciei tantos blogues coletivos os quais vejo pessoas que alegam falta de tempo, com suas redes sociais devidamente atualizadas, porém, na hora de comentar algo do próprio parceiro do blogue que divide, alega esta desculpa.
    Eu preferi me retirar do que ter alegado esta desculpa. Preferi ser honesto tanto comigo quanto com vocês.
    Saibam que me senti desanimado, não com as postagens não estarem em dia (mesmo eu programando-as e me esforçando para mantê-las assim, pois quando entro em um projeto, entro de cabeça e, talvez por isto não dê certo, porque acredito que todos irão fazer o mesmo que eu e não é assim) e não, isto não me torna uma pessoa desocupada, alguém apenas que procura dar prioridade do seu tempo virtual ao que realmente interessa. Muitas vezes deixei de postar em meus blogues para postar aqui e o retorno... Foi o mesmo que vejo em blogues coletivos, somente uma ou duas parceiras comentavam e chegou um ponto que nem elas o fizeram. Compreendi que poderiam seguir o projeto sozinhas, pois continuo afirmando que creio no potencial de cada uma de vocês e se duvidarem, eu mencionei o blogue na entrevista que cedi ao Recanto dos Autores, afinal, este espaço também fez parte de minha história no mundo blogosférico.
    Apenas não acho justo cobrarmos que os seguidores nos comentem, se nós tampouco comentamos os textos um dos outros. Eu, quando me deparo com um blogue assim, percebo que não vale a pena comentar, pois isto afasta o interesse dos demais.
    Sim, temos vida real, e temos a virtual e também a virtual, em um projeto, exige um pouco de responsabilidade, quem não tem o tempo para isto, não deve se comprometer. Por esta razão me afastei, senti que estivesse escrevendo para ninguém e a culpa não é dos seguidores, talvez de ninguém. Talvez devamos avaliar se o que escrevíamos ou o que estão escrevendo desperta o interesse de alguém. Eu sempre estou avaliando isto. Se Ironia do Destino só tivesse críticas ou não tivesse os poucos, porém fiéis, comentaristas que ali estão, eu ia rever o que estou desagradando. Porque reclamar da falta de comentários ou seguidores, não adianta. É preciso reavaliar o que vale a pena.
    Se vale a pena prosseguir no projeto, prossigam, mas terão que administrar o tempo e sei, isto não é tarefa fácil, contanto, não é impossível também. Podem rever, fazer textos coletivos, postar apenas uma vez por semana. Isto depende de vocês.
    Apenas quero deixar claro que tal como vocês, eu também criei bastante expectativas neste projeto, mas é assim que se aprende na vida, com erros e acertos e não se pode ganhar sempre, desde que todos os esforços hajam sido feitos. Caso contrário... ainda defendo a reavaliação.
    E desculpem se minha saída abalou-as imenso, não foi minha intenção. Foi por motivos pessoais (e desânimo da falta de espírito de equipe também, admito) que me retirei.
    E eu acho interessante que, por algum motivo, muitos de nós nos afastamos uns dos blogues pessoais do outro e isto sim, é ruim.

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  3. Belo texto, Cass. Nota-se a tua amargura e revolta, ao escrevê-lo. Por vezes as relações parentais não são as melhores e quando se pisa a linha ténue entre o mandar e pedir, há muita coisa que pode ficar pelo caminho. É algo perigoso, um terreno que pode conter areias movediças. E nem sempre é fácil escapar-lhes.
    Parabéns, Cass :) Bom texto! kiss.

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